segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Anjos e Demônios

Angels & Demons - 2009

Ron Howard aprendeu com o filme passado e cortou o cabelo de Tom Hanks para fazer desse best seller de Dan Brown, um filme mais coeso e interessante. Hanks é novamente o professor de Harvard, Robert Langdon, atrás das pistas de uma confraria denominada Illuminatti, que desde a época de Galileu, conflita com a Igreja Católica nos quesitos fé e ciência. No livro, a personagem Vitória é mais ágil e sexy que a do filme, mas as cenas em Roma e a corrida contra o tempo para evitar os assassinatos dos cardeais preferidos para a eleição do novo papa, prendem a atenção necessária.

Dicas de Boston: a universidade de Harvard aparece em uma cena áerea muito rápida e a cidade de Boston é quase desprezada em termos de turismo nos Estados Unidos. A região de New England é belíssima e deve ser conhecida by car. Destaque para Cape Cod (com suas padarias portuguesas e casais gays andando livremente de mãos dadas pela simpática cidadezinha), Plymouth (o local onde chegou o Mayflower, a primeira nau de peregrinos da Inglaterra), Rockport (cidadezinha ao norte de Boston que é uma graça, com lojinhas diversas), o estado de Vermont (e suas coverbridges, pontes cobertas de madeira vermelha e o imperdível mudar de cores das folhas no folliage do final de setembro a novembro) e o estado de Maine (terra da lagosta; pare em um restaurante da via costeira e peça o Twin Lobster, com duas lagostas inteiras, milho cozido e haja avental para comer a deliciosa iguaria). Em Boston, passear pelo Charles River, conhecer além de Harvard, o MIT (Massachussets Institute of Technology), o parque Boston Common (vários shows gratuitos ao longo do ano), Boylston Street e a encantadora Newbury Street, com suas lojas e restaurantes. Não deixe de tomar Clam Chowder no restaurante Union Oyster House, o restaurante mais antigo dos Estados Unidos (na 41 da Union Street).

Dicas de Roma: além do Vaticano e sua tradicional visita à Praça de São Pedro e Capela Sistina, o trajeto feito pelo personagem Langdon no filme é interessante: visitar as obras de arte do escultor Bernini, espalhadas por Roma. Um dos locais explorados pelo filme é o Pantheon, templo pagão consagrado como igreja católica a partir do séc. VII. O interior da sua abóboda é impressionante e já foi matéria do Discovery Channel. E se o assunto são as obras de Bernini, favor dar um pulo no Museu e Galleria Borgeshe, onde reina Davi, uma das obras primas do escultor. As fontes de Roma são sobremesas para o caminhar pela cidade. Não perca Fontana dei Quattro Fiumi e Fontana di Trevi, onde a exuberante Anita Ekberg dá um show particular a Marcelo Mastroianni no filme A Doce Vida.

Dica de Viagem: pegar o carro, muitas vezes, dá um certo trabalho para o turista acostumado com guia, onibus e facilidades. Conhecer a região da Nova Inglaterra de carro, é o que há. Cada ponto merece ser visto, fotografado, dentro do tempo estipulado pela sua vontade. E as vezes, dá vontade de não fazer nada, sentar numa duna para ver o sol se por. A liberdade de ir-e-vir nos principais pontos turísticos dessa região ou de outra qualquer do planeta, vale mais a pena do que ir em pontos pré-determinados pela agência de turismo. Mas é uma questão de gosto... p.s. a dica do carro serve para a Nova Inglaterra, mas não serve para Roma, que possui um transito terrivel de deixar qualquer turista impaciente.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Código da Vinci

The Da Vinci Code - 2006

O diretor Ron Howard (Apolo 13) condensou o best seller em quase duas horas e meia. Deu no que deu: Tom Hanks de cabelo estranho, a francesinha Audrey Tautou perdida em plena cidade luz, um turbilhão de informações simultâneas, mas também muita ação e engenhocas para quebrar a cabeça. Ah, o cara na poltrona do cinema ao lado disse que o livro é melhor, mas isso é chover no molhado. Vale pelo city tour no Museu do Louvre, pela ida à Irlanda e à Inglaterra. Entre o filme e o livro, leia. Sempre.

Dicas de Paris: a pirâmide externa do Museu do Louvre é a concepção de que a arte existe para perturbar. Lindíssima sob o sol, fica mais bela ainda ao entardecer. No primeiro domingo de cada mes, a entrada ao museu é gratuita. Só precisa chegar cedo pois a fila quilométrica assusta. Mas anda rapidinho. Estávamos comendo baguete e tomando suco e tivemos que correr e engolir a comida antes da entrada. O preço do ticket não é caro (9 euros) para o que voce tem de deslumbrante lá dentro. O museu funciona das 9h as 21:30h e não abre às terça-feiras. Se conseguir sair do Museu antes das 4 horas da tarde (tem gente que considera impossível fazer isso) caminhe um pouco pelo Jardin des Tuileries e experimente o museu L´Orangerie. Delicie-se com as enormes telas das Ninféias de Monet, sem precisar ir até Giverny. O museu foi reformado agora no século XXI para valorizar as obras do Monet. Vale a pena !!!

Dica de Viagem: muitas vezes temos dúvida em que hotel ficar. Um no centro da agitação com acomodação abaixo do razoável ou outro extremamente conforrável mas na periferia da cidade ? Hotel bom é o que tem chuveiro aquecido e lençol limpo. Dormir bem e tomar banho decente, afinal lavou, tá novo. O resto do dia é bater perna na cidade. O hotel não precisa necessariamente estar no centro da agitação se ficar umas duas ou tres quadras da estação do metro. E preste atenção no horário em que os trens param de circular.

Os Sonhadores

The Dreamers - 2003

Bernardo Bertolucci conta a vida de Matthew, jovem estudante em Paris que através da veneração à cinema conhece os irmãos Isabelle e Theo, que vivem uma relação um tanto incestuosa. Os três, logo, se tornam bons amigos, dividindo experiências e relacionamentos enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil de 1968. O diretor faz diversas referências a outros filmes (vide capítulo especial no livro O Feitiço do Cinema de Juan Droguett & Flavio Andrade). No DVD, não deixe de assistir aos dois documentários no menu de extras, para ter uma idéia do que foi o maio de 1968 na França e no mundo.


Dica de Paris: todo mundo sabe que Museu do Louvre é imperdível, como a maioria dos museus europeus. Paradas obrigatórias para deslumbre da alma: Venus de Milo (onde foram parar os braços daquela moça ???), o Friso dos Arqueiros (de 510 a.C), A Jangada da Medusa (obra prima de Gericault), a sala especial das pinturas de Rubens para a rainha Maria de Médicis, o arrebatamento da imensidão e detalhes das Bodas de Caná (de Veronese) e as maravilhosa esculturas dos Cavalos de Marly no pátio de mesmo nome. Leonardo da Vinci comparece com várias obras, com destaque para a beleza do quadro A Virgem, o menino Jesus e Santa Ana. Ah, tem uma tal de Mona Lisa que todo mundo se acotovela para ver. É um quadro pequeno, discreto, encantador mesmo... Mas subir a escada e dar de cara com a escultura Vitória de Samotrácia, já vale o ingresso. Assino embaixo do artigo na internet da professora Maria Izabel Azevedo, que não conheço, sobre o encontro dela com a obra dentro do museu. É impressionante mesmo e inesquecível.