sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Central do Brasil

Central do Brasil - 1998

Qual a grande compensação que a poesia dá a quem a escreve ? perguntaram certa vez ao poeta Mario Quintana. Ele respondeu: "Minha grande compensação é ter, às vezes, conseguido pegar a poesia nuínha em flor."

A relação de Dora (Fernanda Montenegro, estupenda) com o garoto Josué (Vinícius de Oliveira) é de um quintanismo na metamorfose de filme em poesia pelo diretor Walter Salles (o mesmo de Terra Estrangeira). Recebeu duas indicações ao Oscar, mas se fosse um filme norte-americano teria sido indicado para 102 estatuetas. Dora escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro e ajuda o menino, após sua mãe ser atropelada, a tentar encontrar o pai que nunca conheceu, no interior do Nordeste. Vale a pena comprar o DVD para contemplar. A trilha sonora de Antônio Pinto e Jacques Morelembaum (tem sonoridade até no sobrenome) é de uma riqueza ímpar.

Dica de Viagem: na viagem de onibus (vale para trem também e para metro com baldeação) nunca jogue o seu ticket fora. A qualquer momento, pode aparecer um fiscal e checar se os passageiros realmente compraram o bilhete na estação. Já aconteceu comigo. Até hoje não sei o que deu na veneta jogar a passagem embora. Coisa de universitário indo e vindo para casa de final de semana. Mudei de cor várias vezes até o funcionário rir da minha estupidez e deixar prosseguir a viagem.

Dica de Interior do Brasil: tanta coisa boa para falar desse interiorzão que com certeza deixarei várias dicas de fora. Mas não posso deixar de mencionar as grandes festas juninas, realizadas de maio a julho, com shows em várias cidades da região nordeste , principalmente Campina Grande (na Paraíba) e Caruaru (em Pernambuco). Além da festa de São João, Caruaru é conhecida pela feira de artesanato (que já foi mais só de artesanato). Em Recife tem o Trem do Forró (cheque as datas de saída pelo tel (81) 3423-5000 ou via site), que sai as 16h da Praça Marco Zero da cidade. Pode chegar uma hora antes para pegar lugar e porque os animadores de quadrilha começam a esquentar o triangulo e zabumba antes do trem partir em direção ao Cabo de Santo Agostinho. Horário prevista de chegada no lugar: 19h. Haja forró chacoalando no trem!!! Fica por uma hora e meia no local, voltando para a capital pernambucana as 23h. No dia seguinte pode tirar um cochilo na praia que ninguém é de ferro. Afinal, festa junina é para quem gosta de quadrilha, música, fogos de artifício e muita paçoca, milho, bolo, pé-de-moleque, curau, bolo, pipoca, quentão, bolo, bolo e mais bolo. Tem até bolo de milho. Viva São João !!! E deixe a quadrilha invadir o seu arraiá como Quintana diz no Poeminho do Contra:

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

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